
Acredito nas ternas misericórdias, que também são eternas e atemporais, e que se estabelecem em mim a cada vez que clamo por socorro e Ele me estende a mão, e também no dia da dor, e no dia da incompreensão, quando não entendo o motivo das coisas e mesmo assim me submeto à vontade de quem entende e sabe e vê e ama mais e melhor do que eu.
Acredito na Graça como o bem maior que herdei do Cristo, que não é negociável nem tem valor de mercado, mas que fundamenta a bondade definitiva e estende ao mundo a opção de um novo dia. A Graça que ebuliu em Jó, transbordou em Jesus e agora lava os meus pés para que eu possa andar em temor e tremor à sombra de seu cuidado, arfante ao seu contato.
Acredito na regeneração das relações, dos olhos que se procuram na ânsia do resfolegar do amor e na infante ingenuidade que isso me propõe, mesmo levando a perspicácia ao lado, mesmo sabendo ser humano o casco, crendo valer a pena arriscar-se numa amizade que pode mudar o mundo, mesmo sendo este pequeno mundo limitado à minha visão.
Sobretudo acredito no Cristo como a esperança rediviva, a dia perfeito interminável, a cura dos ossos carcomidos pelos anos de infâmia e ultrajes, a segurança indescritível na voz que nos faz acordar, sacudir a poeira e recomeçar, que nos dão força na sofreguidão e no inimaginável, e a hecatombe que não sucumbe, a justa claridão, o lusco-fusco, a própria paz.
Lucas de Souza
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